Pesquisar este blog

Comportamento


Acho que estou velho demais!!

Caros amigos, caros leitores, creio que estou ficando velho, não digo isso apenas cronologicamente, mais percebo que as coisas evoluem de uma maneira exponencial, de forma que eu cada vez mais me sinta fora deste mundo moderno.
Na minha infância, eu brincava, eu fazia arte, apanhava de meus pais, brigava na rua, jogava futebol, soltava pipa. Quando chegava Junho, era uma alegria, tinha festa junina, eram brincadeiras típicas, bigodinho pintado, roupa remendada, chapéu de palha, bota velha e comilança.
Haviam sim, naquela época algumas crianças mais "avançadinhas", mais "moderninhas", mais isso era exceção a regra. Na média, todos os moleques eram moleques mesmo, brincavam, faziam suas artes, tais quais, roubar fruta em pomar alheio, sair apertando campainha das dos outros, entrar pela porta de trás do ônibus, etc. Nossa, isso me fazia sentir-se "O Fora da Lei", o "Contraventor".
Mais esse tempo de "arteirisse" se foi, deu espaço ao tempo da rebeldia, onde eu achava que era capaz de tudo, que tinha opinião formada sobre tudo, que já tinha definido minha profissão futura e afins.
Daquela época, confesso que alguns amigos se perderão no meio do caminho, alguns não mais vi, outros não verei mais (talvez em uma outra etapa da vida), e alguns ainda tenho relativo contato.
Bem, mais o foco não é um momento nostálgico, e sim, a diferença que vejo na molecada hoje. Embora eu fui educado em uma doutrina Protestante super rígida, exatamente no meu tempo de rebeldia decidi não mais seguir a religião de meus pais (o que para eu, confesso foi uma libertação), foi com cerca de dezesseis anos que fui para meu primeiro "bailinho" (era assim chamada a atual balada). Tinha o momento dançante, que na minha época era o Axé que estava em evidencia, confesso que tinha uma letra provocante e diria até exagerada na minha opinião, era o que nos fazia curtir, depois tinha o pagodinho, onde já pegava uma menininha e começava a "dar a Letra", e para fechar tinha a "Lenta", era o momento onde tudo caminhava para o abate final, as vezes agente encurtava este caminho e acabava beijando duas ou três meninas na noite, havia vezes desse número ser maior, mais em média não passava muito disso. Mais o fato mais relevante, é que nesta época, os "bailinhos" era o local exato para paquera, se "arranjar" ou talvez começar um relacionamento.
Normalmente, as meninas ficavam com os moleques, mais ainda havia um certo comprometimento para ultrapassar a fase do beijo, não precisava ser nada sério, mais tinha algo a mais.
Hoje tudo mudou, com este "boom" dos bailes "Funks", com a nova tendencia do "Sertanejo Universitário", o que era de três a quatro garotas que se beijava na noite com dezesseis anos em média, são garotas de doze, ou treze anos, transando com mais de dois moleques por noite, nas baladas, nos "fervos", nos "esquentas" e em tudo quanto é local para se embebedar, transar e fazer porcarias.
Álcool existia sim, as drogas, tudo que há hoje, mais o que diferencia é a banalização disso tudo. É comum, ver a molecada nos Shoppings bebendo, ou melhor se embriagando e depois caindo para as baladas. O que me intriga, é a forma que tudo ocorre, é meninas com doze anos engravidando sem saber o nome dos caras que transou na noite passada, ou seja, menos ainda que é o possível pai, isto quando reconhecer o cara, porque no escuro da balada, atrás das caixas de som, todo cara é pardo, e as ditas "novinhas" serão "mãezinhas",  despreparadas, com o pai um aviãozinho qualquer, um cheiradorzinho que mal tem onde cair morto e se acha o "patrão" porque vende uma porcaria de um papelote.
Tenho medo pelas minhas sobrinhas, tenho medo pelos meus futuros filhos, tenho medo por tudo isso, pois são poucas as "novinhas" que se preocupam com o dia de amanhã, embora nem de longe acho que doze anos é idade para se ter uma relação, já que o fazem, que ao menos se preservem, que tenham consciência disso, pois além da gravidez indesejada há o risco de se contaminar com doenças crônicas.
Eu me acho conservador, quando vejo que uma menina, que na minha opinião, era a idade de largar a boneca e começar a achar um menino bonitinho, comentar com as amigas que fulano de tal é seu "imaginário" namoradinho, que o moleque começasse a deixar de colecionar figurinha, parasse de bater bafo, para começar colecionar (escondido dos pais) revista de mulheres peladas (podem achar uma controvérsia, incoerência, mais não é, pois há um universo de diferença entre o despertar sexual, com a prática precoce do mesmo). Esta transição não há, hoje a ligação é direta, pois as crianças, começam aos sete oito anos, a se olharem com um certo interesse.
Eu não consigo entender como os pais não notam isso, não coíbem estas atitudes, se bem que hoje as coisas estão tão modernas, que nem "bater" nos filhos para educá-los não pode mais, isso pode deixar sequelas na criança e toda baboseira. Engraçado, que eu apanhei (e muito) com fio de ferro, borracha de sofá, e varinha de marmelo (isso deixava cada vergão), e não sou revoltado, não precisei entrar nas drogas em geral, nem tratamento psiquiátrico e outras "viadagens" (me perdoem os gays pelo temo, senão aparece um monte de gente me taxando de homofóbico, outro assunto que tratarei em breve).
Bem, agente se preocupa tanto e deixar nossos filhos em um mundo perfeito, colorido, e esquecemos de aperfeiçoar nossa prole, e este processo, é tal qual lapidar um diamante, trabalhar um aço nobre, exige forja, martelo, e muita porrada no processo.
Creio que para termos uma molecada melhor, que tenhamos um mundo um pouco mais habitável, devemos reeducar nossos filhos, reavaliar nossos conceitos, e se preciso, forjá-los em altíssimas temperaturas.
Obrigado para quem perdeu o tempo lendo toda esta baboseira, toda esta falácia, que no íntimo de cada um é importante que ao menos uma centelha da consciência tenha sido ativada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário